Tuesday, April 25, 2006


Felicidade é um tema interessante para ser pensado e escrito aqui. O motivo é simples : a toda hora, onde quer que se vá, em qualquer bate-papo, comercial de televisão, ou quando se é questionado : "qual o seu sonho?" a palavra é sempre ela! Internamente é uma busca etrerna, e por fora se ouve a toda hora. É fácil fazer uma analogia, depois do que vi e vivi neste último feriado. Conheci Ilha Grande, um sonho (posso dizer assim) com mais de dez anos de idade que foi realizado, e um sonho de lugar!

Comparando felicidade a água, cada ser humano é como uma ilha, cercado de felicidade por todos os lados! porém essa água não pode ser (teoricamente) consumida, assim como essa felicidade externa mencionada, apenas envolve. Para ser utilizada ela deve vir de uma nascente, que se localiza no coração da ilha e das pessoas. Mesmo que essa água chegue ao mar, seguindo o seu caminho natural, ela teve seu curso nutrindo tudo a sua volta, com uma importância ímpar, assim como a felicidade. Uma ilha não existe apenas com a beleza d' água do mar. A encontrei nas coisinhas mais pequeninas, nas paisagens, em cada pedacinho, na harmonia da natureza, em mim. Achei minha nascente.

Monday, April 17, 2006


Sabe aquele período do sono, em que você está quase dormindo, mas ainda acordado? Então, foi nesta confusão e procurando dar sentido para algumas coisas que aconteceram comigo, me percebi viajando de novo, o destino desta vez foi um local tridimensional, universal, porém pouco conhecido: a verdade sobre a verdade. Pensei desde tudo que existe de palpável, passando pelos fatos até os chegar aos sentimentos.
Imaginei que os objetos, simples, ou não, existem diferentes ângulos de serem observados, ou seja, uma bola colorida é vista de diversos ângulos, que aparentemente parece esquerda, direita,
cima e embaixo, porém é bem mais do que isso, ela pode ser observada por 360 ângulos de um grau cada, diferentes e ainda mais: não apenas ao longo do seu diâmetro (em apenas um plano), mas tridimensionalmente, conclui então que a verdade sobre a perspectiva, de qualquer objeto, equivale ao volume de uma circunferência (fácil visualizar, se lembrar daquele conhecido desenho dos átomos). Não sei mensurar quantas maneiras diferentes seriam, mas uma “certeza” existe, são inúmeras, dependendo da posição do observador em relação ao objeto ele terá uma visão dele, se mudar sua posição para qualquer lado e para cima ou para baixo, a visão já será outra.
Tudo isso pra chegar enfim ao mais difícil, porque as pessoas possuem opiniões tão diferentes sobre as mesmas coisas? Pelo mesmo motivo desenrolado acima, se partimos do principio que os fatos são como os objetos, porém abstratos (hum... o que complica ainda mais!!!) e pra piorar, adicionamos a todas essas possibilidades, a subjetividade humana, nossa fica difícil entender o que pensa uma pessoa e fácil entender porque não pensa igual a você! É ilusão pensar que se sabe sobre os sentimentos, valores e verdades dos outros.Curioso pra saber a que conclusão cheguei sobre o que eu acontecera comigo?Ai vai: Ilusão, tudo na vida é assim, só você vê as coisas do jeito que está vendo, mais ninguém, pois só você está na sua posição e possui, a partir das suas experiências, a sua visão de mundo.
O interessante é a partilha desses infinitos ângulos e subjetividades, sem julgamento entre as pessoas, mostrando seu ponto de vista respeitando o do outro e assumindo pra si que tudo é verdade e nada é ilusão ou nada é verdade e tudo é ilusão!(ou nenhuma das respostas anteriores...rssssss).

Monday, April 03, 2006





Obras do pintor Italiano Giuseppe Arcimboldo intituladas : inverno e primavera.
O lado positivo do tempo










Estava pensando um dia desses enquanto dirigia, qual seria o próximo texto que escreveria, quando então cheguei ao meu destino e não deu tempo de concluir tal reflexão e pensei:”queria que meu dia tivesse trinta horas!!” . A falta de tempo pra pensar e escrever me fez adiar a atualização do Rêcitar por muitos dias. Tão logo a inspiração veio, o tema não poderia ser tão óbvio: TEMPO, assim como sua extensão, a falta dele, seu lado abstrato e não menos essencial e presente.
O tempo é a maior especiaria do século XXI. É o que menos se tem disponível, é o que mais se deseja ter. A pós-modernidade trás com ela um preenchimento quase total de todos os minutos do dia com tarefas, trabalhos, obrigações...Impulsionadas pelo mercado de trabalho, pela sociedade, pelo senso estético, pela mídia... É pressão por todos os lados, como se não bastasse, possuímos um constante exercício de várias funções ao longo do dia: aluno, trabalhador, mãe, pai, filho, amigo... Não sobrando um quarto de hora pelo menos para se fazer algo que se gosta, encontrar um amigo, estar consigo mesmo, refletir sobre alguma coisa e muito menos “para ser quem se é na simples essência de não ter função, ou obrigação nenhuma”, e ainda, não fazer parte, pelo menos por um instante, da força contrária a pressão nenhuma. Essa pausa é necessária para a vida. Para não sermos robôs, agindo no automático, indo e vindo de lugares, sem nem parar para pensar se é isso mesmo que se quer. Ingenuamente pode-se supor que é o verdadeiro desejo, mas na verdade é difícil discernir, pois não se teve tempo de refletir. Foi imposto, como se algo já constasse no DNA. Simplesmente o mundo te engole, sem perguntar, se você quer ser engolido (é claro!). Essa resposta aparece em um momento exato e individualizado. A ficha só cai para quem se dá essa brecha.
Cada um tem que encontrar a sua maneira de livrar-se das algemas da falta de tempo (contanto que não seja com a chave, pois essa está sob o poder da vida pós-moderna) Faça isso antes que seja tarde e não se tenha mais vitalidade para parar e voltar e seguir em busca de um caminho mais satisfatório. Se a resposta vier precoce, continue exercitando as constantes e imprescindíveis pausas, pois são nelas onde ocorre o crescimento intelectual da essência individual, pode a principio não parecer agradável, mas é melhor ser uma centopéia (com suas inúmeras perninhas) do que uma folha ao vento sem controle do próprio destino.