Sunday, December 31, 2006

Nesse final de ano, não seria pra estarmos comemorando ? Brindando por um ano que está chegando cheio de esperanças e expectativas? Felizes por moramos em uma cidade linda, MARAVILHOSAcom praias, muito verde, com pessoas que sabem viver e curtir a vida.
Infelizmente não é o que acontece. O Rio está em guerra! E bem de baixo do nosso nariz. Não dá pra fingir que não se está vendo. Hoje não há violência somente na baixada ou em um prezídio distante do centro. O que está acontecendo neste momento é o terror e o medo se espalhando por todos os bairros. É Zona Sul, Norte, Oeste...

O que vemos nessa última semana de 2006 é a cidade cheia de turistas, uma festa linda marcada pra daqui a pouco, cariocas amedrontados, tiros por todos os lados, violência e o pior de tudo: Um governo despreparado diante de um crime organizado e bem armado. A cidade é deles. A polícias é deles. Os turistas são deles. A madrugada é deles. Estamos nas mãos deles. A única coisa que resta é nossa vida entregue a sorte.

Não sabemos o exato motivo de tantos ataques, talvez nunca saberemos. O que temos que saber agora é como escapar ileso fisicamente disso tudo, por que emocionalmente é mais difícil. É questão de sobrevivência. Pode parecer alarmista pra você que está lendo isso. Mas não é. É real e vou contar o porquê.

Depois de muito tempo sem dirigir, por que estou de pé quebrado. Graças a amigos bem queridos fui ao cinema (já era hora!Ufa!). Cinema novo, no Shopping novo, em frente a uma delegacia. Os ingressos são com poltronas marcadas, sem estresse de chegar cedo, por causa de lugar, etc...Na saída, a rua já estava fechada com os carros da PM. Homens de fuzil na mão, a espera de um possível ataque. Já não deu uma sensação agradável, mas tudo bem, vamos lá... O problema é que ao invés de nos sentirmos seguros perto de delegacias e policiais, o sentimento é absolutamente ao contrário.

Quando chegamos na lagoa um carro da PM pedindo passagem, acelerando atrás da gente. ultrapassaram, para derrepente saírem do carro, com fuzis em punho em direção ao ônibus. Tiraram a pontapés e socos dois moleques de lá de dentro. Mas e até saber que não ocorreria uma troca de tiros bem ali na minha frente? Não sei o que ocorreu depois.
Eu só conseguia falar: - Sai daqui! Dá ré! Por favor! Tira a gente daqui! Me abaixei no banco, e só levantei quando quando ouvi que já tinhamos saído de lá. Chorei. Pensando que se acontecesse algo comigo, meu filho não viveria! Questionava ao mesmo tempo: Que cidade é essa? Como ter meu filho aqui?

Amo a minha cidade. Sou uma autêntica carioca. Mas quero sair daqui! Como nascer, crescer e viver tranqüilo assim? É impossível!

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